Sonha com construir a sua própria moradia? Hoje desvendo quais são os erros comuns na construção de casas em Portugal e como evitá-los.

Fazer alguma coisa que não estava no projecto inicial
Um dos erros mais comuns na construção de casas é fazer alterações ao projecto inicial. Recentemente, em conversa com um vizinho, soube que em determinado momento tiveram a construção da casa embargada porque decidiram construir uma piscina. Embora pequena, a piscina não estava prevista no projecto inicial que entregaram na Câmara Municipal. E quem diz uma piscina diz um anexo para o churrasco, uma garagem fechada ou uma altura superior ao previsto no sótão.
Recordo que, em Portugal, é obrigatório pedir uma licença para a construção de casas – sejam elas casas tradicionais em alvenaria, casas modulares ou casas recuperadas. Antes de fazer qualquer construção, tem de verificar na Câmara Municipal o Plano Director Municipal (PDM). Só este PDM é que vai determinar se é um terreno urbano, urbanizável ou rústico; o índice de construção e outros detalhes que condicionam a sua construção. Depois, podem submeter o projecto para a casa e os projectos de especialidades.
Subestimar o orçamento
Outro erro muito comum na construção de casas é subestimar o orçamento. No outro dia, alguém perguntava se uma moradia aqui na zona valia “300.000€” porque “compra um terreno com 50.000 e constrói por 200.000€”. Evidentemente, isto são contas de cabeça. Ao construir a casa, precisa de ter em consideração não só o preço do terreno, mas também o preço do projecto de arquitectura, as especialidades, a ligação à rede pública, as licenças camarárias, a mão de obra e os materiais.
Infelizmente, a construção em Portugal está muito cara. Antes de começar a construir, já temos imensas despesas. E, ao construir, é preciso ter um orçamento muito detalhado para garantir que a construção não derrapa. Se estão à procura de orçamentos de empresas de construção civil, deixo aqui o link para encontrarem empresas de construção civil e compararem preços. Preparem-se porque também há alguma variação regional: é mais caro construir casa em Lisboa, no Porto ou na Madeira do que na Guarda ou em Viseu.
Poupar onde não deve
Dito isto, também há pessoas que poupam onde não devem. Quem está a construir uma moradia tem de pensar a 20, 30, 40 anos. Por isso, escolher um isolamento térmico “mais barato” agora pode sair mais caro no futuro. Como compromete a eficiência energética do imóvel, com certeza que vão gastar muito mais dinheiro a aquecer a casa no inverno (e a arrefecer no verão). Se não há orçamento para construir com materiais de qualidade, é melhor repensar se vale a pena construir uma moradia.
Evidentemente, digo isto em relação aos materiais estruturais: o isolamento térmico, o telhado, as lajes, a caixilharia, a impermeabilização. Nos acabamentos, como as madeiras, os revestimentos e as tintas, há sempre forma de gerir o orçamento. Pode comprar diversos fornecedores, materiais e games. Ainda assim, recomendo pensar sempre no que é melhor a longo prazo. Caso contrário, arriscam-se a ter despesas de remodelação no futuro e obras inconvenientes.
Não pensar na orientação solar
Outro erro muito comum na construção de casas é não ter a orientação solar em consideração. A orientação solar faz muita diferença no conforto. Não só a nível térmico, porque uma orientação solar a Poente ou a Sul é sempre desejável, mas também no dia a dia. Quem é que gosta de ter uma cozinha escura onde tem de acender a luz para lavar um simples copo? Ou uma sala onde nunca bate o Sol? Estas são questões que devem ponderar logo no momento em que compram o terreno.
Não contratar uma empresa para fazer a vistoria
Por último, um dos erros mais comuns na construção de casas é não fazer uma vistoria independente. Quer gastar 200.000€ ou 300.000€ na construção de uma casa, mas não está disposto a gastar 1.000€ para ter um perito independente a fazer a vistoria da obra? Há empresas de engenharia independentes que podem acompanhar o projecto para ter a certeza que está tudo a correr dentro do planeado. Não nos podemos esquecer que, quando se trata de reparações, 40% de devem a má execução em obra.